A rua era curtinha, estreita, mas abria caminho pruma outra ruazinha que se você seguisse nela e depois imbicasse pra esquerda, daria numa avenida que te levaria reto pro centro da cidade. Cidade de Marília. Cidade estranha. Compacta talvez seja a palavra. Povo tranquilo. É quase um vilarejo que cresceu rápido demais e quando se … Continue lendo Bazar da Lua – Capítulo I (Porém, não prometemos um capítulo II)
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"Nas catacumbas pelas tardes, quando há menos trabalho pinto nas paredes das catacumbas a imagem dos Santos dos Santos que morreram matando a fome e pela manhã imito os Santos agora quero falar dos Santos." Filho de agricultor com professora, José Leonel Rugama nasceu em Vale de Matapalos, Estelí, na Nicarágua, em março de mil … Continue lendo A Nicarágua é um poema de Vinicius de Moraes – tão belo quanto triste
Apareço aqui a cada meio século, quando apareço, e sempre reclamando que não tenho o que falar. E não é por mal, eu realmente tenho pouquíssimo a dizer. Deve ser isso, ter o que contar até tenho, o que não tenho é tanto o que contar assim, e por isso apareço pouco. Mas acontece também … Continue lendo Loucademia de Polícia Militar
Vou falar um negócio que pode me render olhares tão ou mais horrorizados, não, horrorizado é muito forte, horrorizado a gente fica quando tocam fogo em mendigo, talvez perplexo, um negócio que pode me render olhares um tanto perplexos. Melhorou. Por outro lado, como dizia Boechat, vivemos num país com duzentos milhões de palhaços, ninguém … Continue lendo Beber até morrer, essa é a solução
Dia desses vim contar dum campinho onde vez ou outra penso na vida. Pense numa noite bonita. Me sentei como um príncipe. Pernas cruzadas, isqueiro na mão, fone na orelha. Fogo. No primeiro trago brota, essa é a palavra, brota uma viatura feliz e contente contornando o campo. Não deu tempo nem de assustar, esconder … Continue lendo Não votem, se matem
Nunca tive avô. De ambos os lados, pai e mãe, nenhum me conheceu. Não deu tempo. Meu irmão sim, teve avô até os cinco anos, mas quando nasci ele tinha seis. Do lado materno, o velho morreu tragicamente, amassado por um trator desgovernado enquanto fechava o portão da chácara em que trabalhava como vigia. Mamãe … Continue lendo Histórias corriqueiras que a gente conta mas que no fundo são uma só