Bazar da Lua – Capítulo I (Porém, não prometemos um capítulo II)

A rua era curtinha, estreita, mas abria caminho pruma outra ruazinha que se você seguisse nela e depois imbicasse pra esquerda, daria numa avenida que te levaria reto pro centro da cidade. Cidade de Marília. Cidade estranha. Compacta talvez seja a palavra. Povo tranquilo. É quase um vilarejo que cresceu rápido demais e quando se … Continue lendo Bazar da Lua – Capítulo I (Porém, não prometemos um capítulo II)

Tem dias que a gente se sente como quem partiu ou morreu

Era como um ritual. Cada espirro uma explosão. ATCHIIIIIIIEEEM. Da cozinha, depois dum pulo de dois metros, vinha a voz da mulher, num berro: ISSO, MOSTRA PRA CIDADE INTEIRA O QUE VOCÊ FAZ DE MELHOR. Ele ria. Tirando vez ou outra um prato quebrado uma panela derrubada, ela sabia que tentar matá-lo só o faria … Continue lendo Tem dias que a gente se sente como quem partiu ou morreu

Um tipo de amor que é de comer e cuspir no prato

Céu azul. O primeiro sol da manhã batendo no rosto. Fone no ouvindo. (Prince gritando dentro dele). Cadeirinha de área. Baseado entre os dedos. Vento soprando, fumaça subindo e eu rindo sozinho pensando em Jorge. Que também é Messias, igual a Jesus Cristo. Pois bem. Vou contar a história de Jorge Messias. A prova viva … Continue lendo Um tipo de amor que é de comer e cuspir no prato

Prometo falar sério mas em forma de piada e sem ligar pra muita coisa

Eu só quero morrer. Talvez essa não seja a melhor maneira de começar uma crônica, mas é o primeiro pensamento que dá na cabeça de muita gente ao acordar. Eu só quero morrer. Abandonar tudo. Fugir. Mas você não morre, não abandona coisa alguma - pouco importa o quanto te esteja machucando -, não tenta … Continue lendo Prometo falar sério mas em forma de piada e sem ligar pra muita coisa

Marilyn Manson – histórias que levar ou não pro túmulo não faz a menor diferença

Já me disseram que tenho uma facilidade pra sumir, digamos, encantadora. Adoro ironia. Mas vamos lá, João Gilberto era encantador. Um velhinho de pijama exilado num apartamento tocando violão doze horas por dia. Dando a mínima pro singelo detalhe de ser a principal mente dum movimento que influenciou crianças como Chico e Gil, do qual … Continue lendo Marilyn Manson – histórias que levar ou não pro túmulo não faz a menor diferença

Independência ou morte, por favor

Não sou bom com essa coisa de críticas e resenhas, mas estou lendo um livrinho ma ra vi lho so, e preciso contar. A morte é um dia que vale a pena viver. Ana Cláudia Quintana Arantes. Ela é médica. Doutora Ana Clara Quintana Arantes. Eu não a conhecia, mas a imagino com voz doce … Continue lendo Independência ou morte, por favor

Um São Sebastião meio niilista

Já contei aqui dum amigo que há tempos resolveu arriscar meter a cara no mundo pra ver de perto se ele é grande assim mesmo. Pois bem. Quando resolveu sumir, só o que chegou a mim foi que sem mais nem menos o menino enfiou na cabeça que tinha de estar na Bolívia, subiu num … Continue lendo Um São Sebastião meio niilista

Solidão, que poeira leve

Como dizer que não estou com você quando estamos sorrindo, pior, gargalhando? Como dizer que não quero estar com você mas você não tem nada que ver com isso? Histórias tristes, sempre histórias tristes. Em vez de chorar as pitangas por amigos que eu devia considerar mas não me importo, melhor seria falar do meu … Continue lendo Solidão, que poeira leve

Tutorial pra matar a avó e dormir semitranquilo

Quando você sente um certo amor, e falo no amor como doença, pelas palavras, começar um texto é, na melhor das hipóteses, impossível. Você pode ter a melhor ideia duma vida, um estalo divino, pouco importa, sem um começo decente, que pegue o leitor pela mão, suavemente, como uma mãe, e o envolva de boca … Continue lendo Tutorial pra matar a avó e dormir semitranquilo