Fora da verdade, longe do perdão

Bom dia, disse o homem. Silêncio. Oi, bom dia, eu queria, oi, escuta, eu queria uma... brecou as palavras ao perceber a moça do Caixa paralizada, olhar fixo nas nuvens, ao redor uma penca de caixas espalhadas no meio do corredor, atrapalhando a passagem. Embalagens estouradas, chão imundo. Julia sequer notou sua presença. Havia dito … Continue lendo Fora da verdade, longe do perdão

Um tipo de amor que é de comer e cuspir no prato

Céu azul. O primeiro sol da manhã batendo no rosto. Fone no ouvindo. (Prince gritando dentro dele). Cadeirinha de área. Baseado entre os dedos. Vento soprando, fumaça subindo e eu rindo sozinho pensando em Jorge. Que também é Messias, igual a Jesus Cristo. Pois bem. Vou contar a história de Jorge Messias. A prova viva … Continue lendo Um tipo de amor que é de comer e cuspir no prato

Esqueci de acrescentar que ela usa óculos

Não lembro exatamente como surgiu, já nem estávamos juntos, vivíamos naquele momento a fase que se vive entre o terminar e o desvincular as rotinas de fato. Não sei explicar. Quebrar o primeiro bom dia, as reclamações, dúvidas e boas notícias, o ombro de tantos anos de confiança pode demorar certo tempo, então acabamos por … Continue lendo Esqueci de acrescentar que ela usa óculos

Só um segundo, é sobre amor

Este poema é para meu amigo Clóvis, o único amigo de infância que minha cabeça conservou, um grande companheiro, sempre o primeiro a dar um passo a frente, ótimo artista, apelava ao dom para ganhar as meninas, e com seus olhos verdes e aquela apaixonante habilidade de transformar cores em amor fazia um estrago danado, … Continue lendo Só um segundo, é sobre amor