A rua era curtinha, estreita, mas abria caminho pruma outra ruazinha que se você seguisse nela e depois imbicasse pra esquerda, daria numa avenida que te levaria reto pro centro da cidade. Cidade de Marília. Cidade estranha. Compacta talvez seja a palavra. Povo tranquilo. É quase um vilarejo que cresceu rápido demais e quando se … Continue lendo Bazar da Lua – Capítulo I (Porém, não prometemos um capítulo II)
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Jesus. Vem aqui, Jesus. Jesus o pai de Geisiele. Eu gritava. Acorda, Jesus. Vem aqui fora deixar eu namorar tua filha. Eu só quero uma. Jesus. De repente sai o vizinho com uma peixeira na mão. Continua gritando agora aí, ô filho da puta. Jesus não me salvou. Nem deixou eu namorar Geise. Tive de … Continue lendo Tem mais samba nas mãos do que nos olhos
Já contei aqui dum amigo que há tempos resolveu arriscar meter a cara no mundo pra ver de perto se ele é grande assim mesmo. Pois bem. Quando resolveu sumir, só o que chegou a mim foi que sem mais nem menos o menino enfiou na cabeça que tinha de estar na Bolívia, subiu num … Continue lendo Um São Sebastião meio niilista
Não sou de levantar bandeiras, mas se perguntarem devo fumar?, digo deve. Cheirar não aconselho, mas ninguém manda em ninguém, quer ir vai lá. O problema do pó é que ele vai de encontro com o bom e velho cada-um-na-sua-e-todo-mundo-numa-boa. O cara fica na dele e na de todo mundo ao mesmo tempo. Se você … Continue lendo Fuma fuma fuma
Vou falar um negócio que pode me render olhares tão ou mais horrorizados, não, horrorizado é muito forte, horrorizado a gente fica quando tocam fogo em mendigo, talvez perplexo, um negócio que pode me render olhares um tanto perplexos. Melhorou. Por outro lado, como dizia Boechat, vivemos num país com duzentos milhões de palhaços, ninguém … Continue lendo Beber até morrer, essa é a solução
Dia desses vim contar dum campinho onde vez ou outra penso na vida. Pense numa noite bonita. Me sentei como um príncipe. Pernas cruzadas, isqueiro na mão, fone na orelha. Fogo. No primeiro trago brota, essa é a palavra, brota uma viatura feliz e contente contornando o campo. Não deu tempo nem de assustar, esconder … Continue lendo Não votem, se matem
Enfiem bem fundo seus Kindles, ebooks e o diabo a quatro. Mas pra lá do pré-sal de cada cu, de cada filho-da-[com o perdão da palavra]puta que vira página com o dedinho na tela, que tem mil e um livros em sua cama. No cu mil vezes. Ah, Jesus, como queria eu mandar cada um, … Continue lendo Bom é leilão de boi
Futebol me foi toda a vida um sonho que não valeria sonhar. Porém, jamais deixei de o sonhar por conta de detalhes, nem conseguiria se quisesse - como tentei. Até os quinze anos rodei algumas escolinhas, alimentei esperanças das mais murchas. Dei de lateral, volante, zagueiro e embora não fosse a personificação da vergonha dentro … Continue lendo Me dá licença desse armário que eu preciso sair
Queria que esse ônibus tivesse três vezes o seu tamanho e andasse três vezes mais devagar. Talvez eu fizesse algumas amizades. Mas se assim fosse, a cidade também precisaria crescer três vezes, e precisaríamos de três vezes mais habitantes e mais ônibus para acolhê-los. Quem sabe dessa forma eu tivesse oportunidade de conhecer algumas pessoas. … Continue lendo Se esse ônibus falasse…
Meninos, eu vi. Ninguém me contou, eu vi. Real como o azul do céu ou o colorido da primavera. De carne e osso como você e Jesus Cristo. Um político honesto. Pasmem! Um político verdadeiramente honesto. Mas honesto de verdade, não até certo ponto. Um que não confunde a constituição com a bíblia nem quer … Continue lendo Meninos, eu (não) vi