Um São Sebastião meio niilista

Já contei aqui dum amigo que há tempos resolveu arriscar meter a cara no mundo pra ver de perto se ele é grande assim mesmo. Pois bem. Quando resolveu sumir, só o que chegou a mim foi que sem mais nem menos o menino enfiou na cabeça que tinha de estar na Bolívia, subiu num … Continue lendo Um São Sebastião meio niilista

Solidão, que poeira leve

Como dizer que não estou com você quando estamos sorrindo, pior, gargalhando? Como dizer que não quero estar com você mas você não tem nada que ver com isso? Histórias tristes, sempre histórias tristes. Em vez de chorar as pitangas por amigos que eu devia considerar mas não me importo, melhor seria falar do meu … Continue lendo Solidão, que poeira leve

Beber até morrer, essa é a solução

Vou falar um negócio que pode me render olhares tão ou mais horrorizados, não, horrorizado é muito forte, horrorizado a gente fica quando tocam fogo em mendigo, talvez perplexo, um negócio que pode me render olhares um tanto perplexos. Melhorou. Por outro lado, como dizia Boechat, vivemos num país com duzentos milhões de palhaços, ninguém … Continue lendo Beber até morrer, essa é a solução

Tutorial pra matar a avó e dormir semitranquilo

Quando você sente um certo amor, e falo no amor como doença, pelas palavras, começar um texto é, na melhor das hipóteses, impossível. Você pode ter a melhor ideia duma vida, um estalo divino, pouco importa, sem um começo decente, que pegue o leitor pela mão, suavemente, como uma mãe, e o envolva de boca … Continue lendo Tutorial pra matar a avó e dormir semitranquilo

Esqueci de acrescentar que ela usa óculos

Não lembro exatamente como surgiu, já nem estávamos juntos, vivíamos naquele momento a fase que se vive entre o terminar e o desvincular as rotinas de fato. Não sei explicar. Quebrar o primeiro bom dia, as reclamações, dúvidas e boas notícias, o ombro de tantos anos de confiança pode demorar certo tempo, então acabamos por … Continue lendo Esqueci de acrescentar que ela usa óculos

Não votem, se matem

Dia desses vim contar dum campinho onde vez ou outra penso na vida. Pense numa noite bonita. Me sentei como um príncipe. Pernas cruzadas, isqueiro na mão, fone na orelha. Fogo. No primeiro trago brota, essa é a palavra, brota uma viatura feliz e contente contornando o campo. Não deu tempo nem de assustar, esconder … Continue lendo Não votem, se matem

Pequeno tratado das doenças que queremos ter

Estou aqui num campinho perto de casa. Isso mesmo, estou. Não estava nem estarei. Estou. O campo fica grudado numa creche, e recentemente construíram uma pequena arquibancada, uns poucos degraus de cimento. E aqui estamos nós. Um tantinho ali pra esquerda ergueram também um pequeno quartinho. Não tem reboco ainda. Talvez seja um projeto de … Continue lendo Pequeno tratado das doenças que queremos ter

Breve como o tempo

Se Deus não dorme abraçado com Tom Jobim. Por favor, me dê só uma noite, Santo Pai. Uma noite. Num bar. Qualquer bar. Preciso dum trago só. Dois, se não for abuso, e olhá-lo de longe. Me bote ali, num banquinho ao lado do banheiro, perto daquele negócio onde os cavalheiros escarravam. E me traga … Continue lendo Breve como o tempo

Paysandu

Normalmente, desde a tenra infância, ouvimos que o Brasil é um país cheio de outros países dentro, cada qual com sua cultura, seus estilos, canções e até mesmo fuso-horário próprios. Até aceitamos isso, mas acabamos por subestimar o quanto pode sofrer um sergipano solitário em Curitiba, ou vice-versa. Paysandu sabe o quanto foi fácil se … Continue lendo Paysandu