Enfiem bem fundo seus Kindles, ebooks e o diabo a quatro. Mas pra lá do pré-sal de cada cu, de cada filho-da-[com o perdão da palavra]puta que vira página com o dedinho na tela, que tem mil e um livros em sua cama. No cu mil vezes. Ah, Jesus, como queria eu mandar cada um, um a um, com o tom duma mãe mimando o filhote doente, à merda. Dos donos de cada editora que até hoje só encontraram duas livrarias no país [alguém precisa contar pra eles, pois parece que os dois Golias não se importam com isso], ao último idiota que levanta bandeira da modernização, da era digital, da Amazon, de não precisar ir até uma livraria, ter os livros na porta de casa no dia seguinte (eu que pensei que pros amantes dos livros fosse caso de necessidade estar numa livraria). Esses não merecem o mínimo respeito, estão destruindo empregos; a verdadeira terapia que é entrar numa livraria e ficar ali, folheando livros, respirando o mesmo ar que eles, recarregando as energias; os sonhos de tantos, como nós, pequeninos blogueiros, de ver publicadas suas histórias. Publicadas em folhas, com cheiro de livro, com capa lágrimas e tudo. Tudo o que seus Ipads fedendo a Doritos jamais vão ter. Vivemos num país onde pra cada livraria se tem mil editoras, mas você entra nas pequenas livrarias e simplesmente não tem livros. Qualquer coisa que não seja Jô Soares, John Boyne Karnal e afins [ou qualquer coisa mesmo, pois sabemos que é impossível pruma livraria menor competir com os preços duma Cultura da vida], é preciso recorrer às duas velhas irmãs(se debatendo pra não morrer). As livrarias de bairro já são praticamente relíquias [vão pruma cova do ladinho dos museus e cinemas de rua]. E tudo isso num país onde pouco se lê (que nem ministério da cultura tem mais), ou pouco que não seja os feeds de redes-sociais, com seus poetas escritores e todo um mundo de palavras se perdendo ao vento, em blogs online, que sim, são ferramentas valiosas, mas jamais serão a essência da coisa. Se perdendo em mesas de escritórios, corredores de supermercados, empresas de todo tipo, vidas infelizes que não podem cumprir sua missão pois isso os mataria de fome, e a cada dia se torna mais impossível. Não se trata de virar Paulo Coelho [dinheiro é bom também, necessário infelizmente, sem hipocrisia], tampouco mendigo. O x da questão é a tal da vocação, que nos endinheirados do Brasil é ganhar sempre mais mais mais mais dinheiro pra esconder e se enforcar. Deixo aqui as palavras de Olavo de Carvalho:
“Vocação vem do verbo voco, vocare, que quer dizer chamar. Quem faz algo por vocação sente que é chamado a isso pela voz de uma entidade superior – Deus, a humanidade, a história […] o sentido da vida.
Considerações de lucro ou prazer só entram como elementos subordinados, que por si só não determinam decisões nem fundamentam avaliações.”
Que amargura, que revolta! Tenha esperança, as livrarias vão voltar! E o kindle não mata o livro : eu nunca li tanto como hoje, em papel e em digital. Quem pode comprar muitos livros em papel, esse produto inflacionado pelos intermediários? Em Portugal, as livrarias nunca venderam tanto como vendem agora. Vendem muito lixo, mas também muita coisa boa!
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Não mata o livro somente, como também as livrarias e [se o problema for só o preço] bibliotecas. Mas ninguém faz nada sozinho
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Bão. Achei o Orlavo desnecessauro, mas, mermo assim, bão.
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Kkkk cuidado que ele late
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faço minhas as palavras do migs aí de cima. olavo não precisava… mas sim, é triste a situação
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infelizmente. muito obrigado a atenção, ótimo ano
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Calma! Também frequento livrarias e o desaparecimento de muitas delas entristece-me,
mas pega leve (Lev?!) com os leitores digitais. Bem usados, são de serventia.
Gosto do livro físico, de manusear suas páginas, dominar a leitura, mas aceito o digital.
Concordo, de que valem 100, 500 e 1 mil eboks, se não forem lidos? São como naquelas estantes da sala, como livros que nunca foram lidos. Vide Raul Seixas em “Eu também vou reclamar”
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